Sua colaboração nas áreas funcionais alcança resultados para toda a empresa

Lawrence Idown Ijeh nasceu na Nigéria. Sete anos atrás, chegou ao auge do seu descontentamento com seus governantes, e veio para o Brasil, sozinho, na urgência tipica de quem sabe que vai ter que deixar muita coisa para trás para poder seguir em frente. 

O ano de 2014 foi especialmente difícil para a Nigéria. País mais populoso da África, seus 174 milhões de habitantes pertencentes a mais de 500 grupos étnicos. Lawrence nasceu exatamente na cidade mais populosa do país, Lagos. Quando ataques do grupo islâmico Boko Haram começaram a invadir a fronteira nordeste da Nigéria, Camarões, Chade e Níger foram arrastados para o que se tornou um conflito regional devastador. Há oito anos a região vive uma emergência humanitária complexa. Lawrence foi um dos mais de 3 milhões de pessoas que foram obrigadas a se deslocar, segundo dados da UNHCR. No Brasil, reconstruiu sua história.

Em 2019, fez parte de um programa da General Motors Brasil (GM), em parceria com a Estou Refugiado, que promoveu a contratação de diversos refugiados. Seus gestores e profissionais investiram na diversidade e na inclusão. O resultado para a empresa vai além de garantir emprego e renda para aqueles que estão reconstruindo suas vidas. Contratar refugiados, como Lawrence, é ter a certeza de ter por perto pessoas resilientes e dispostas.

Como foi sua entrada na GM?
Eu conheci a Estou Refugiado e foram eles me ajudaram a conseguir o trabalho na GM, em São Caetano do Sul, dois anos atrás. Me fogem as palavras para expressar como meu coração transborda de felicidade. E a GM é uma empresa que me deu oportunidade para isso, foi sempre muito aberta.

A GM foi seu primeiro emprego no Brasil?

Não, antes passei por três lugares. Mas a GM é, sem dúvida, o melhor que já trabalhei, tanto pela estrutura quanto pelo reconhecimento e pelas outras pessoas que estão ali.

Quais são seus princípios no trabalho?

Eu tenho paixão, integridade e isso foi reconhecido. Lá eu me dedico com todo meu coração e gosto de melhorar a cada dia mais, sempre procurando a excelência. Eu gosto mesmo é de fazer a diferença. Hoje, eles reconheceram minha contribuição de trabalho. Fico emocionado. Eu só posso agradecer muito a Deus, porque era meu sonho trabalhar nesse tipo de empresa. Todo dia a gente tem que ter coragem e tem que ter coração.

O que você mais sente falta da Nigéria?

A minha família, sem dúvida. Também meus amigos de infância e o santuário africano do falecido Fela Anikulapo Ransome Kuti [músico, compositor e multi-instrumentista nigeriano, pioneiro do gênero Afrobeat e ativista político e dos direitos humanos].

Qual foi o momento que lhe pareceu a gota d’água para se refugiar no exterior?

Infelizmente, a Nigéria condensa os piores governantes e políticos que você pode imaginar. Para eles, as almas humanas são insignificantes, não nos veem como humanos. São ricos, corruptos, e nada de bom sai de suas decisões. As coisas por lá estão de cabeça para baixo. Se demonstram como os maiores e mais ricos da África, mas as piores coisas do mundo estão acontecendo com os nigerianos. Não temos direito.

Como é viver no Brasil para você? Eu sou feliz morando aqui e amo tudo. As comidas e as pessoas fazem esse lugar único. A hospitalidade é sem igual. Quando cheguei não conhecia nada, mas logo descobri que não há país mais acolhedor. Imigrantes legais ou ilegais podem andar livremente. Eu também amo a comida brasileira como o churrasco e a feijoada, amo! Aqui é só um lugar de oportunidade, é também um lugar de prosperidade, é um país sem fronteiras, muito apessoado de Deus. Foi Deus que escolheu aqui para mim. A Ivete Sangalo falou em uma música “Deus é brasileiro” e é verdade. Graças a Deus.